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Cristina Amorim -O ESTADO DE SÃO PAULO
O Dia Mundial do Meio Ambiente nasceu em 1972, para marcar a Conferência de Estocolmo - a primeira conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre ambiente já realizada.
A cada ano, um tema é escolhido para marcar a data. Em 2007, o debate girará em torno da água que não é interessante para humanidade: a do gelo derretido pelo aquecimento global. Com isso, a ONU une dois assuntos quentes de 2007: mudanças climáticas e o Ano Polar Internacional.
Conforme o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) indicou em seu último relatório, lançado neste primeiro semestre, centenas de milhões de pessoas em todo o mundo serão afetadas pela diminuição da cobertura de neve e gelo no planeta. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que centraliza os eventos em torno da data, afirma que 40% da população mundial pode ser afetada.
Os impactos variam do fornecimento de água para populações que dependem da neve no topo de montanhas (seja para consumo residencial ou agrícola) ao perigo de regiões costeiras e nações insulares sofrem pela subida dos oceanos. Há situações mais urgentes, que hoje já assustam pessoas que dependem desses recursos. Em agosto de 2002, por exemplo, uma inundação inesperada de um lago glacial, causado pelo derretimento excessivo de neve, matou 23 pessoas no Tajiquistão.
Detalhes sobre impactos e adaptações do derretimento do gelo estão no Relatório Global sobre Gelo e Neve, lançado hoje pelo Pnuma em uma cerimônia na Noruega. Ele poderá ser lido no site do órgão.
O tema escolhido para este ano não fala diretamente aos brasileiros - ainda que, indiretamente, as regiões costeiras possam ser afetadas pelo Atlântico mais alto e o derretimento do gelo nos pólos tenha conseqüências para o clima global.
Isso não significa que a data passará em brancas nuvens no País. Uma série de eventos, provindos das iniciativas privada e pública, foi marcada - algumas delas podem ser conferidas no alto das páginas deste especial. A intenção é comemorar a data mas também conscientizar a população sobre seu papel na conservação da natureza e na busca de um estilo de vida menos danoso.
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Vícios e virtudes da conferência se mantiveram no debate posterior
Cristina Amorim O Estado de S. Paulo
Era 1992 e o Brasil assistiu a um desfile incomum. Delegados de 178
países, entre eles 108 estadistas, foram recebidos no Rio pelo
presidente Fernando Collor - então imerso em denúncias de corrupção
feitas pelo irmão, Pedro. Centenas de representantes de diversos
segmentos sociais - jovens, índios, ambientalistas - debatiam do lado
de fora do Riocentro.
Era
a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento, apelidada de Rio-92, ECO-92 ou Cúpula da Terra. Ela
marcou o aniversário de 20 anos da Conferência de Estocolmo, que foi um
divisor de águas para o movimento ambientalista, e colocou o tema
definitivamente na pauta sociopolítica internacional.
Na época,
o texto que fundamentou o conceito de desenvolvimento sustentável havia
sido publicado cinco anos antes: Nosso Futuro Comum, organizado por uma
comissão de pensadores e especialistas em questões socioambientais,
como o brasileiro Paulo Nogueira-Neto. A coordenadora do trabalho, a
norueguesa Gro Harlem Brundtland, também veio ao Brasil e participou
ativamente das negociações, ao lado do mentor da reunião, Maurice
Strong, então virtual candidato a secretário-geral da ONU.
Após
12 dias de debates, acusações, manifestações e exposição de dados,
vontades e deveres, a Rio-92 terminou com gosto agridoce. O abismo
entre países ricos, concentrados no Hemisfério Norte, e pobres, no Sul,
cresceu. Os principais tópicos - mecanismos que promovessem o
desenvolvimento sustentável, regras de uso e proteção da
biodiversidade, combate ao efeito estufa e soberania sobre florestas -
ficaram aquém do esperado.
Para determinados grupos, era mais do
que suficiente e aguardado para a conferência; para outros, um conjunto
de textos vazios, sem estrutura para serem levados adiante com a
intensidade que o planeta exigia. A dicotomia se refletia dentro do
próprio governo brasileiro.
Quinze anos depois, ambas as visões
se provaram corretas: a Rio-92 foi, de fato, um marco na política
internacional ambiental. Os documentos aprovados se mantiveram, ainda
que sob ataque. Mas as negociações que se seguiram foram atropeladas
pela rapidez das mudanças climáticas, pela extinção das espécies e pela
manutenção de um estilo de produção e consumo insustentável.
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Para especialistas, países poluidores devem parar de discutir e agir contra o problema ambiental
Reuters
LONDRES - Importantes cientistas do mundo todo pediram nesta quarta-feira, 16, aos líderes dos países ricos que parem de discutir sobre o aquecimento global e que, ao invés disso, adotem medidas urgentes para enfrentar o problema.
As academias de ciências dos países do Grupo dos Oito (G8) - Reino Unido, EUA, Rússia, França, Alemanha, Canadá, Japão e Itália - além das academias de cinco importantes países em desenvolvimento - Brasil, África do Sul, Índia, China e México - fizerem o apelo antes da cúpula do G8, que acontece na Alemanha, em junho.
"A urgência da situação significa que decisões difíceis precisam ser tomadas agora a fim de oferecer instrumentos para desestimular a emissão de carbono", afirmou Martin Rees, presidente da Royal Society, do Reino Unido.
"Podemos fazer muitas coisas por meio de mudanças positivas tais como desenvolver novas tecnologias ou tornar mais eficiente o uso dos sistemas já instalados", acrescentou.
Neste ano, os cientistas já haviam dito que as temperaturas do planeta podem subir algo entre 1,8º e 4º Celsius neste século devido à queima de combustíveis fósseis nos setores de transporte e produção de energia.
Esse aumento das temperaturas provocaria enchentes, secas, tempestades e crises de falta de alimentos, colocando a vida de milhões de pessoas em perigo.
A Alemanha, que ocupa neste ano a presidência do G8, tenta ver aprovado na cúpula que acontece de 6 a 8 de junho um comunicado contundente a respeito da necessidade de adotar medidas para limitar o aumento médio das temperaturas neste século a apenas 2º Celsius acima do nível registrado antes da era industrial.
O país também deseja que a cúpula acerte diminuir, até 2050, as emissões de carbono para um nível 50% menor que os de 1990 e que promova um sistema de comércio de cotas de carbono como instrumento para elevar o preço das emissões e, assim, incentivar a criação e adoção de tecnologias limpas.
Mas os EUA, com o apoio do Canadá, continuam resistindo à adoção de metas ou cronogramas e continuam rejeitando a criação de um mercado mundial de cotas de carbono, algo que consideram um endosso tácito às metas de emissão.
Os líderes da China, do México, da Índia, do Brasil e da África do Sul também participarão do encontro do G8. "Enfrentar o desafio das mudanças climáticas é algo que exigirá uma ação coordenada de todos os países do G8 e da Índia, da China e de outros países em desenvolvimento que registram altas taxas de expansão", disse Rees, observando que mesmo a meta de conter a elevação das temperaturas em 2ºC seria difícil de ser atingida.
O Protocolo de Kyoto é o único acordo global selado até hoje com a imposição de metas de emissão dos gases do efeito estufa. Mas esse tratado vigora até 2012 e não conta com a participação dos EUA, que o classificam como um suicídio econômico e que o criticam por não impor metas de emissão a países como China e Índia.
A fim de alimentar sua economia em franca expansão, a China, que segundo projeções feitas atualmente deve, dentro de um ano, superar os EUA na qualidade de maior poluidor do mundo, constrói uma nova termelétrica alimentada por carvão a cada quatro dias, em média.
O comunicado conjunto das academias de ciências do G8 e dos cinco países em desenvolvimento pediu aos governos que incentivem o uso mais eficiente de energia, detenham o desmatamento, compartilhem as tecnologias limpas e invistam mais intensamente em fontes de energia que não emitem carbono.
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Para IBGE, perereca paulista está extinta; região Sudeste é mais afetada
Felipe Werneck
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mapeou as 105
espécies e subespécies de mamíferos, répteis e anfíbios ameaçadas de
extinção no País. Segundo o instituto, a perereca paulista
(phrynomedusa fimbriata) é a espécie que já está extinta. Ela era
encontrada principalmente em Paranapiacaba, subdistrito da cidade de
Santo André, no ABC paulista, região da Serra do Mar.
O
mapa, na escala 1: 5.000.000, é baseado na lista mais recente de fauna
ameaçada de extinção, divulgada em maio de 2003 pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Foram
estabelecidas cinco categorias de ameaça, em ordem crescente de risco.
São elas: espécie vulnerável a extinção, em perigo de extinção,
criticamente em perigo de extinção, extinta na natureza (quando
encontrada somente em viveiros) e extinta.
O trabalho mostra que
o litoral concentra o maior número de espécies ameaçadas. A região
Sudeste do País é a mais afetada e, conseqüentemente, o bioma mais
atingido é a mata atlântica. Ou seja, quanto mais urbanização menos
condições favoráveis à sobrevivência das espécies.
O Rio de
Janeiro concentra o maior número: 39 das 105 ameaçadas. Depois, vêm São
Paulo (38), Minas Gerais (37), Espírito Santo (29), Rio Grande do Sul
(26), Paraná (20), Santa Catarina (18) e Distrito Federal (12). Os
Estados com menor número de espécies ameaçadas são da região Norte:
Roraima (8), Rondônia (10) e Amapá (10).
Das 105 sob ameaça, 69
são mamíferos, 20 são répteis e 16 são anfíbios. Além da distribuição
geográfica dos hábitats naturais e das categorias de ameaça, o mapa
mostra os nomes científicos e populares dos animais e a divisão do País
em seis biomas - amazônia, caatinga, cerrado, mata atlântica, pampa e
pantanal. Os animais são representados por desenhos.
Em crítico
perigo de extinção estão a baleia-azul, o bugio, o
mico-leão-de-cara-preta, o mico-leão-preto, o
macaco-prego-de-peito-amarelo, o peixe-boi-marinho, a
jararaca-de-alcatrazes e a tartaruga-de-couro, dentre outros.
Vulnerável,
a onça-pintada é vendida para zoológicos e sofre com o desmatamento, a
caça predatória e o comércio clandestino de sua pele.
PRESERVAÇÃO
Bióloga
da Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE, Licia
Couto defende a criação de reservas e mais fiscalização.
A lista
de animais ameaçados de 2003 reúne ao todo 394 espécies e subespécies.
No mapa do IBGE divulgado ontem, não foram incluídos peixes e
invertebrados aquáticos, aves, insetos e outros invertebrados
terrestres, que terão mapas específicos.
Na lista anterior, de
1989, havia 220 espécies sob ameaça de extinção, o que significa um
aumento de cerca de 80%. O total de mamíferos, répteis e anfíbios
ameaçados era de 77 em 1989 e subiu para 105.
A comparação das
duas listas mostra que, apesar do aumento, alguns animais conseguiram
neste período sair da situação de ameaça, entre eles o
jacaré-de-papo-amarelo e o veado-campeiro.
ÁGUA NO SUBSOLO
O
IBGE também apresentou uma atualização do mapa das unidades de relevo
identificadas no país. São 167 agora contra 65 na primeira edição,
publicada em 1993.
Para o instituto, o relevo é um dos elementos
do ambiente que mais interagem com outros componentes, como clima,
vegetação, águas e solos. O reflexo disso é influência sobre a
distribuição da população, por exemplo.
Além disso, o instituto
divulgou dois mapas de hidrogeologia e hidroquímica dos mananciais
subterrâneos do Rio Grande do Norte e da Paraíba.
Esse último
trabalho é inédito e mostra as possibilidades de exploração dos
recursos hídricos subterrâneos, indicando áreas mais e menos favoráveis
à captação de água no subsolo, em termos de volume captado,
potabilidade (se são ou não próprias para beber), qualidade química e
em relação ao eventual uso na agricultura por meio da irrigação.
QUALIDADE
Os
técnicos fizeram coletas de água subterrânea que foram levadas para o
Laboratório de Análises Minerais da Universidade Federal de Pernambuco.
Na
Paraíba, dos 18 municípios incluídos no estudo, apenas três - João
Pessoa, Cajazeiras e Santa Helena - apresentaram padrão de potabilidade
considerado bom.
“A situação na Paraíba é mais crítica. A água
só é armazenada em períodos de muita chuva. No interior, na maioria dos
casos não serve nem para irrigar, porque os poços têm volume de sal
muito grande, que chega a até 8 gramas por litro”, afirmou o geólogo
Sidney Ribeiro Gonzalez.
Os trabalhos divulgados ontem pelos pesquisadores do IBGE estão disponíveis na página do instituto na internet.
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Estado de S. Paulo-
Metas apresentadas por Bush causam reações diferentes em países ricos e em desenvolvimento
Andrei Netto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem críticas abertas à
proposta de limite de emissões de gases-estufa de George W. Bush. Na
quinta-feira, o presidente americano havia detalhado a proposta de
redução internacional das emissões que levará ao G-8 na próxima semana.
A idéia é de que cada nação crie meios próprios de alcançar metas de
redução de emissões de CO2 na atmosfera, definidas por novos acordos
internacionais.
O
Brasil, como os demais emergentes, tem se mostrado contrário à fixação
desses objetivos por temer que seu nível de crescimento econômico seja
prejudicado. “Os protocolos das instituições multilaterais já dão
diretrizes gerais para que os países as cumpram. Se cada nação adotar o
que está previsto no Protocolo de Kyoto, significa que cada país vai
ter de assumir responsabilidade para reduzir o desmatamento, despoluir
o planeta”, argumentou. “Não existe perspectiva de que a proposta do
presidente Bush prevaleça sobre o Protocolo de Kyoto e outras decisões
multilaterais porque sua proposta é muito voluntarista. Quem quer faz,
quem não quer não faz. Ora, se já temos Kyoto, por que inventar outra
proposta e não cumprir aquilo que já está determinado?”
O
presidente voltou a afirmar que os biocombustíveis são “alternativa
concreta” à queima de derivados do petróleo, que emitem mais CO2 para a
atmosfera.
REPERCUSSÃO
Criticada por Lula, a
proposta de Bush, no entanto, foi recebida com otimismo por países como
Japão e Inglaterra. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, se
mostrou otimista. “Isto significa que Washington reconhece desde agora
que este fenômeno é um problema real e que os Estados Unidos devem
desempenhar um papel de líder sobre esta questão e estar dispostos a
formar parte de um acordo mundial no coração da qual estará a redução
das emissões”, disse.
A chanceler alemã, Angela Merkel, reagiu
com mais cautela. “No que se refere às formulações concretas para
Heiligendamm, está claro que teremos de trabalhar um pouco”, disse. Já
o ministro do Meio Ambiente alemão, Sigmar Gabriel, advertiu que a
proposta americana não pode se transformar “em um cavalo de Tróia”,
afirmou.
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